Sexo – a linguagem corporal do amor

Sex – the communication of love

O sexo não é só sexo, é comunicação. É a linguagem corporal do amor. O sexo é sobre interação, sobre partilha. Porém, existe uma grande diferença entre “fazer sexo” e “tornar-se uma só carne”. “Tornar-se uma só carne” é o diálogo do amor: Eu dou-me a ti e tu dás-te a mim. É devoção de corpo e alma, de pele e cabelo, sem motivos ulteriores.
Contudo, o amor nem sempre tem de andar de mãos dadas com o sexo. Por vezes abster-se do sexo pode ser um sinal de amor ainda maior do que a imediata satisfação do desejo. Diminuir o sexo ao nível do contacto superficial entre dois corpos ao acaso implicaria roubar a dignidade à pessoa. O ato sexual deve ser o culminar de uma história de amor que ambos esperam que nunca acabe.

Sexo e proximidade

O sexo não é só uma atividade física. É sobre unir-se ao outro com o corpo, a alma e o espírito. O sexo apenas por divertimento não faz jus ao significado profundo da sexualidade humana. Frequentemente tudo o que sobra depois é desilusão e mágoa, um sentimento que cega e acaba por desvalorizar o sexo. Se duas pessoas decidem ter sexo sem compromisso, algo pode ainda acontecer sem ter sido sequer uma decisão: admitam-no ou não, o sexo cria um laço entre eles que é mais do que físico.
Na verdade, o contacto sexual é mais do que um encontro fugaz ao nível físico entre duas pessoas. Todas as relações que estabeleces na vida têm consequências das quais podes não estar ciente na altura. Problemas mal resolvidos e más relações no passado podem continuar a ter efeitos no presente. Os teus sentimentos podem estar tão presos ao passado que distorcem a tua perceção do aqui e agora. Envolveres-te intimamente com alguém implica assumires responsabilidade.

Fazer sexo = assumir responsabilidade

O sexo é a mais íntima expressão de amor entre um homem e uma mulher. Porém, ser sexualmente desejado por alguém não significa que ele ou ela estejam prontos a assumir o compromisso com essa pessoa por completo, com todas as consequências. Mas se não é o amor que leva duas pessoas para a cama, então o que é? O sexo torna-se uma mera experiência física na qual não te dás por inteiro.
O ato sexual não é apenas uma expressão prazerosa do afeto amoroso, mas um ato que pode originar uma nova vida. Se uma criança é concebida não intencionalmente, o mais provável é crescer sem o amor de ambos os pais. No cenário mais trágico, o sexo sem compromisso pode conduzir ao aborto. E a consequência do aborto é a morte: uma decisão que nunca poderá ser revertida. Uma criança nunca é um erro, um problema, um fardo, um acidente ou um castigo.
Uma criança é um dom. Sempre e em qualquer circunstância. O amor responsável não conhece o medo. Nem mesmo de uma criança.

Porquê não ter sexo antes do casamento

Apenas o amor torna o sexo belo. Ou, para ser mais preciso, apenas o amor conjugal lhe dá a beleza que Deus intencionou. A Bíblia diz-nos que Deus criou o homem à sua própria semelhança, “Ele os criou homem e mulher.” (Génesis, 1:27) Eles complementam-se e atraem-se.
Mas porque é que a moral sexual católica desaprova o sexo antes do casamento? De acordo com a doutrina da Igreja Católica, o sexo é prerrogativa exclusiva dos casais casados. Porque o casamento é um sacramento, o sexo é algo sagrado. A abstinência antes do casamento não é uma renúncia severa que a Igreja impõe como um fardo pesado. Ao invés, tem que ver com a inviolabilidade da dignidade humana. Manter-se abstinente até ao casamento é uma decisão consciente de amor. A total rendição do corpo tem de ter corresponder à total rendição da alma. “Uma pessoa não pode doar nada maior a outra do que a si mesma” (YOUCAT 407) Não se pode dizer “eu amo-te” apenas por um período de tempo ou por uma prova, mesmo que seja apenas com o corpo. É por isso claro que o mais belo lugar do sexo é no casamento.

Crescer no amor

Ninguém é perfeito. Todos temos um passado. Mas Deus pode escrever direito por linhas tortas. Nos sacramentos, Jesus deu-nos a cura para que possamos experimentar a Sua presença e receber o Seu poder reparador nas várias situações da vida.
Não há pecado, nem sequer em relação à tua sexualidade, que Deus não possa perdoar. Sempre que vais à confissão, permites-te ser tocado por Deus. Tal como a adúltera de quem a Bíblia fala. Depois do encontro com Jesus, ela começou uma vida nova, tornando-se até santa. Tu também te podes tornar santo. Deus quer curar-te mesmo quando não te apercebes de que estás ferido. Ele conhece-te melhor do que tu te conheces a ti mesmo. Portanto, lembra-te que o amor é mais do que um sentimento, o amor é uma decisão.
Decide-te pelo amor todos os dias. E então farás uma descoberta maravilhosa: que existe o amor eterno! eternal love!